Araguari – 129 anos de desenvolvimento

Em 28 de agosto de 1888, a então Villa Brejo Alegre se tornou a cidade de Araguary. Cravado no Sertão da Farinha Podre – o Triângulo Mineiro, como a região era conhecida, o município trilhou caminhos de prosperidade e agora comemora 129 anos.

 

Araguari é uma cidade privilegiada, um importante município do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, que possui uma área de 2.729 Km², sendo 97 km de área urbana e 2.632 km de área rural. Ocupa a 18ª maior economia do estado de Minas Gerais, com população de 116.871 mil habitantes, e está posicionada em local estratégico no eixo São Paulo–Brasília, interligada a todo o território nacional por meio de rodovias duplicadas e ferrovias.

 

É um importante centro de carregamento e escoamento para a exportação da Região Centro-Sul do Brasil através do acesso aos principais portos do país, como Santos, Rio de Janeiro, Vitória e Salvador, por meio da FCA – Ferrovia Centro Atlântico S.A., que inaugurou no município uma das maiores unidades de transbordo da América Latina, além da possibilidade do sistema hidroviário – com o rio Paranaíba, que corta o município e é utilizado para o escoamento da produção através do porto de Santa Vitória, localizado a 246 km de Araguari.

 

 

Araguari tem um traçado urbanístico privilegiado, com ruas e avenidas largas e bem pavimentadas, praças localizadas em pontos estratégicos por toda a cidade, destacando-se no município o Bosque John Kennedy, uma das maiores reservas florestais urbanas do Brasil, sendo um dos pontos turísticos de visita obrigatória.

 

O potencial turístico do município está aberto para a exploração consciente, possuindo mais de cem cachoeiras, além de estar localizado entre rios (Rio Paranaíba e Rio Araguari) e represas, oferecendo lazer e qualidade de vida a toda população, que contam com 100% de iluminação pública, 95% de rede de esgoto, e 95% de vias asfaltadas.

 

A cidade também se sobressai pelo seu rico acervo histórico, com casarios preservados da época colonial e modernista, e singulares templos religiosos que são verdadeiras obras de artes. Araguari conta com manifestações culturais variadas de aspecto popular e erudito, além de importantes museus, como o dos Ferroviários, que preserva a história do município interligada à história da ferrovia no Brasil. O Museu dos Ferroviários está localizado no Palácio dos Ferroviários, antiga estação de passageiros da Estrada de Ferro Goiás, ponto turístico muito visitado pela sua arquitetura e imponência, e atual sede da Prefeitura Municipal.

               

A educação se destaca no município, que possui um sistema com 60% de escolas municipais e estaduais e 40% de escolas particulares de ensino fundamental e médio. Conta também com várias escolas de ensino técnico, informática, agrícola, mecânica, música, teatro, idiomas e outras. O SESI e SENAI possuem um importante papel na profissionalização da mão de obra no município. O IDH – Índice de Desenvolvimento Humano é de 0,773,

 

Em termos de educação, desde 2005, o que mais tem chamado à atenção de um grande número de pessoas é o crescimento da cidade na área de Ensino Superior. Araguari conta hoje com o Instituto Master de Ensino Presidente Antônio Carlos – IMEPAC, que oferece vários cursos de graduação e pós-graduação, entre esses o curso de Medicina, com vestibular semestral oferecendo 60 vagas por semestre.

 

Araguari possui um comércio forte com grandes lojas de rede, como o Mart Minas, Lojas Americanas e diversas franquias nacionais e internacionais, Instituições bancárias privadas, federais e cooperativas, como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú, Bradesco, SicoobAracoop, SicoobAracredi e outros.

 

Araguari está em 227º no ranking dos municípios Brasileiros (PIB) –Produto Interno Bruto, acima de vários municípios com população superior. Colocação garantida através da sua produção, que chega, em média, a 600.000 sacas/ano (com 90% de suas lavouras irrigadas) produzindo um dos cafés de melhor qualidade do Brasil e do mundo, tanto no tipo quanto no sabor. São 20.000 hectares com 42 milhões de covas, além de extensas áreas com lavouras de soja, laranja, milho, arroz, tomate, feijão, maracujá, acerola e uva, que são colhidas e processadas pela indústria local, o que inclui três das maiores empresas de suco do país: EBBA (Maguary e Dafruta) e IBS (Izzy), que produzem 70 % dos sucos consumidos no Brasil. Araguari se destaca também como a maior exportadora de carne do Brasil.

 

O município destaca-se também como maior produtor de tomate do Estado, inclusive o de longa vida.  E possui base sólida na pecuária, com um rebanho misto de 150 mil cabeças de gado, destacando os três frigoríficos que completam um forte setor agropecuário altamente competitivo, dentre eles, um especializado em carnes de equídeos (cavalos, mulas, burros, jumentos entre outras) para consumo humano.

 

Na área de segurança, Araguari conta com a presença do Batalhão da Polícia Militar, Delegacia Regional de Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Posto da Polícia Rodoviária Federal, Polícia Rodoviária Estadual e Polícia Militar do Meio Ambiente e Trânsito Rodoviário, além de uma unidade do Exército Brasileiro, o 2º Batalhão Ferroviário.

 

Infraestrutura, qualidade de vida, educação de qualidade, segurança e condições de inovação são os principais elementos que qualificaram Araguari como um polo. Em 129 anos, crescemos muito e iremos crescer ainda mais”, destacou o Prefeito Marcos Coelho (PMDB).

 

Araguari – passado glorioso, futuro promissor

 

O primeiro documento que menciona a região onde está situada a cidade de Araguari é o Alvará de 4 de abril de 1816, quando o Rei Dom João VI (que residia no Brasil desde 1808) fugiu da invasão de Napoleão a Portugal com toda a família Real Portuguesa. O referido alvará criou a Comarca de Paracatu, e o Julgado do Desemboque passou a pertencer à Capitania das Gerais e à Comarca de Paracatu.

 

Nesse contexto, o Comissário de Sesmaria da Região do Triângulo Antônio de Resende Costa, o “Major do Córrego Fundo” demarcou entre outras as sesmarias do Serrote (hoje Fundão) e da Pedra Preta (hoje Cunhas – Regiãodo Rio Jordão). O Major doou à Igreja Católica um terreno situado no platô entre as duas sesmarias como patrimônio da Freguesia que ali se estabeleceu.

 

Surgiu a primeira capelinha e, em torno dela, as primeiras residências, formando o Arraial de Ventania até que, no ano de 1840, foi criada pela Lei Provincial nº 1847, de 2 de abril, a Freguesia do Brejo Alegre. Essas informações são, segundo o Livro de Tombo da Paróquia,escritas pelo então vigário Padre Joaquim Augusto de Souza Amorim, o primeiro a relatar a História da Paróquia do Senhor Bom Jesus da Cana Verde que aqui se instalou, transferida da Aldeia de Sant’Anna do Rio das Velhas, hoje Indianópolis.

 

As atividades religiosas atraíam pessoas da região, o que possibilitou, no entorno, um desenvolvimento urbano e comercial, até que foi elevado à categoria de município, desmembrado do município de Bagagem (Estrela do Sul) em 19 de outubro de 1882, pelo Decreto nº 2996, sancionado pelo Presidente da Província(hoje corresponde ao Governador do Estado), Dr. Theóphilo Ottoni.Em 31 de março de1884, foi elevado à categoria de Villa.

 

Para tal, os habitantes tinham que fornecer à província os edifícios exigidos por lei: Cadeia Pública, Câmara Municipal e Escola para ambos os sexos, além de apresentar os ofícios de Justiça criados por lei.O crescimento constante da comunidade fez a Câmara, em 1887, mandar um ofício à Assembleia Provincial de Minas Gerais pedindo a elevação de vila à cidade, o que não foi atendido. Neste processo, o Padre Lafaiette de Godoy se destacou entre os que lutaram pela emancipação do município, estando presente nas comissões e fortalecendo influências até que, em 02 de julho de 1888, ocorreu a elevação à cidade.

 

Na data de 05 de agosto de 1888, o Deputado Severo de Resende Navarro, por meio de uma emenda, deu o nome de Araguary ao município, sendo que o motivo para esta nomeação não fica bem claro, uma vez que o discurso dele não fora encontrado para esclarecimentos. Especula-se que foi uma confusão, e que Patos de Minas-MG ganharia o nome em homenagem ao Coronel Antônio Dias de Maciel que, após receber da Princesa Isabel o título de Barão de Araguary, passou a residir nesta cidade. Outros afirmam que é referente à existência de grande quantidade de periquitos muito comuns nesta região de Araguari.

 

Em 28 de agosto de 1888 aconteceu o sancionamento da lei, realizado pelo Barão de Camargo, dando por definitivo a elevação da vila de Brejo Alegre à Cidade de Araguary.

 

A modernidade chega pelos trilhos

 

Em 1896, alguns anos depois da elevação à cidade, os trilhos da Cia. Mogiana deEstradas de Ferro - CMEF chegaram a Araguari, vindos de São Paulo, e estabelecendo uma ligação entre Rio de Janeiro até o Oeste das Minas, entreposto para se alcançar o estado de Goiás e o Centro-oeste brasileiro.

 

 Assim, a linha tronco da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro alcançava Araguari-MG gerando uma nova dinâmica econômica, cultural e espacial. A cidade passou a crescer rapidamente, ocupando todo o vale do Brejo Alegre. Novas ruas foram abertas. O comércio prosperava impulsionando outros setores da economia e uma sociedade urbana se efetivava. A cidade se preparava para o grande crescimento que a ferrovia presenciou durante o início do século XX, tendo sido o engenheiro ferroviário AchilesWidulick o responsável pela elaboração de um projeto de ordenação do crescimento urbano, solicitado pela Câmara Municipal e pelo Agente do Executivo.

 

Em 1895, este engenheiro ferroviário, responsável pelo trecho em construção da Cia. Mogiana entre São Pedro do Uberabinha (hoje Uberlândia) e Araguari, elaborou a primeiro traçado urbano da cidade. A Câmara aprovou-o pela Lei n° 11 e três anos depois, em 1898, a Lei nº 50 determinou o alinhamento, o nivelamento e a demarcação de praças, ruas e avenidas da cidade, antes identificadas por números.

 

Em 1908, foi instalado o primeiro telefone em Araguari, tendo a cidade, em 1910, energia elétrica e um cinema. A produção de energia da Usina do Piçarrão atendia à demanda do município e ainda cedia uma parcela para Uberlândia.      

 

A Estrada de Ferro Goyaz teve seu marco zero em Araguari, permitindo a ligação entre os estados de São Paulo, Minas e Goiás. Assim, a sede da EFG se estabeleceu em Araguari, uma vez que a estação final da Mogiana ficou em Minas Gerais. Esse potente entroncamento ferroviário se estabeleceu, potencializando a já dinâmica evolução da cidade.

 

A inauguração do primeiro trecho ferroviário da EFG se deu no ano de 1906, o início do serviço de locação do ramal da ferrovia que ligaria Araguari à cidade de Catalão, continuando o período de investimentos na localidade. Inúmeras famílias imigraram para o município, contribuindo com aspectos de suas culturas, que passaram a ser absorvidas pelo meio social de Araguari, tanto nas relações do dia a dia quanto nas edificações, espaços públicos e comércio em geral.

 

Com o desenvolvimento, ocorreram mudanças: o trem de ferro substituiu o carro de boi e o cavalo nas longas viagens, multiplicando o poder de transporte de mercadorias, e a água encanada foi possibilitada com a chegada de canos e material hidráulico pelos trens.

 

Araguari sempre viveu momentos singulares desde a sua fundação, e até hoje cada araguarino trabalha para que essa realidade continue diuturnamente. Estamos comemorando 129 anos de um passado glorioso. Tenho a certeza que nossa cidade irá se destacar ainda mais no cenário nacional e até mesmo no internacional. Temos potencial, temos pessoas e, acima de tudo, temos um amor incondicional por nossa querida Araguari. Juntos iremos manter Araguari nos trilhos da prosperidade, do desenvolvimento rumo a um futuro que merecemos, um futuro glorioso”, destacou o Prefeito Marcos Coelho.

           

 

FOTO:                ASCOM – Secretaria de Gabinete