Em um ano, 171 pessoas morreram por dia, em média, no Brasil, vítimas de homicídio. Foram 62.517 mortes violentas intencionais em 2016, segundo o Atlas da Violência 2018, que traz dados do Ministério da Saúde divulgado pelo Ipea - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, e Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O número fez o país bater o recorde de mortes violentas, atingindo a taxa de 30,3 homicídios a cada 100 mil habitantes

"É um avião caindo todos os dias, e isso não gera comoção social”, afirmou Samira Bueno, diretora executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

            Araguari não foge a realidade brasileira, no ranking da violência ocupa o 2º lugar entre os municípios do Triangulo Mineiro com mais de 100.000 habitantes, perdendo apenas para Uberaba, sendo seguido de perto pela cidade vizinha de Uberlândia na 3ª posição.

            No ultimo dia 18 de junho, Ailton Oliveira Souza, Secretário de Políticas sobre Drogas de Araguari, esteve em Belo Horizonte, na SUPEC – Subsecretaria de Políticas de Prevenção à Criminalidade, para tratar do tema violência em busca de parcerias para a diminuição da criminalidade em Araguari. O Secretário esteve reunido com Lucas Miranda - Diretor de Alternativas Penais e com Fabiana Dias - Diretora de Inclusão Social de Egressos do Sistema Prisional.

            Durante a reunião foi discutido a implantação de projetos para suporte aos egressos do sistema penal de Araguari, uma média de 40 mensais. Uma das solicitações feitas pelo Secretário Ailton foi a instalação do PRESP ( Programa de Reintegração Social do Egresso do Sistema Prisional) no município

“Em janeiro deste estive na SUPEC reunido com, Andreza Rafaela Abreu Gomes , onde discutimos a possibilidade da implantação do programa,  o que diminuiria o índice de reincidência ao crime, já que um dos grandes fatores de risco é o abuso de substância psicoativas devido as dificuldades  para a reinserção na sociedade”, explicou o Secretário.

No entanto, devido à crise financeira pela qual passa o estado de Minas Gerias que vem gerando atrasos na folha de pagamentos dos servidores, o PRESP ainda não foi instalado. De acordo com o Diretor Lucas Miranda, em breve dois novos servidores serão enviados a CEAPA – Central  de Alternativas Penais para a realização de um trabalho semelhante.

                        Um projeto semelhante ao PRESP se iniciou em Araguari em agosto de 2017, numa parceria entre a Secretaria de Políticas Sobre Drogas, o promotor de Justiça Dr. Felipe Gomes de Araújo, o Presídio de Araguari - através do diretor Murilo Cássio Fernandes e da Psicóloga Sandra Aparecida Coutinho , e a CEAPA; acolhendo familiares e egressos. Apesar do êxito alcançado durante a execução, o projeto foi interrompido pela falta de recursos humanos, sendo outra solicitação feita durante a reunião em Belo Horizonte.

“Estamos muito preocupados com o atual índice de violência pela qual vem passando Araguari. Nossa cidade sempre foi conhecida por ser hospitaleira, pacata, com qualidade de vida. É essa cidade que queremos de volta. É necessário realizar políticas que garantam a reinserção social dos egressos do sistema prisional e também dos ex-dependentes químicos, seja através de projetos ou de parcerias. Mas é importante salientar que a responsabilidade não é só do governo, a maioria dos problemas são gerados na família que não assume seu papel de educação e formação de caráter” destacou Ailton Oliveira. 

FOTO: Secretaria de Política sobre Drogas