Há 40 anos a falta de condições para criar o filho separou Maria Pereira da Silva e o filho Marcos Antônio da Silva, até o dia 04 de maio quando mãe e filho se reencontraram depois de quatro décadas.

A história deste reencontro começou no dia 22 de fevereiro quando a coordenadora do Centro de Referência de Assistência Social – Marisa Camargo recebeu uma ligação da cidade de Pontal no estado de São Paulo, onde a Assistente Social Marília, buscava informações de um araguarino que a mãe procurava.

Na busca da mãe pelo filho, profissionais daquela cidade obtiveram a informação através do sistema do Cadastro Único, que Marcos estava cadastrado no município de Araguari em Minas Gerais.

De posse dos dados cadastrais a Assistente Social de Pontal entrou em contato diretamente com o CRAS da localidade onde Marcos foi cadastrado, Bairro São Sebastião. Ao passar as informações para a servidora do município a Coordenadora e Equipe do CRAS II se empenharam na busca por Marcos que inicialmente não mais residia no endereço cadastrado bem como, não havia indícios de atualização de novo endereço em seu cadastro.

Sem medir esforços desde o dia 22 de fevereiro a Coordenadora Marisa Camargo passou a deixar diariamente recados escritos a próprio punho no endereço cadastrado de Marcos, na esperança que em algum momento o mesmo pudesse ser localizado. Quando em determinado dia deixou o recado com uma ex-vizinha do antigo morador que por um acaso passou na localidade e foi comunicado que sua presença no CRAS se fazia urgentemente necessária. “Assumi essa causa com carinho e iria até o fim para localizá-lo. Este é um dos principais propósitos do Centro de Referência de Assistência Social, promover e fortalecer os vínculos familiares”,declarou Marisa Camargo emocionada com o final feliz.

Foi quando Marcos se dirigiu até o CRAS soube do que se tratava e imediatamente foi colocado diretamente em contato com a família biológica, findando ali uma separação de 40 anos entre mãe e filho. “O Cadastro Único hoje é um referencial em todo país e serve como bússola para os programas sociais e foi através dele e do empenho da Coordenadora e Equipe do CRAS II, que laços e vínculos tão necessários aos seres humanos foram refeitos neste reencontro.

Parabéns Equipe, Marisa pelo trabalho e para ao Marcos pela graça de poder saber depois de tantos anos que tem uma mãe que o ama, que nunca o esqueceu – um tesouro do Ouro de Ofir...”, destacou Eunice Mendes.

O Prefeito Marcos Coelho (MDB), parabenizou a equipe da Secretaria de Trabalho e Ação Social pelo empenho em realizar esse reencontro, “Agradeço a todos os colaboradores da Secretaria. Sabemos a importância da família na vida de todos. O domingo das mães foi de muita comemoração depois de longa busca”, finalizou.

A SEPARAÇÃO

Ainda muito jovem Maria Pereira era mãe de dois filhos e sem nenhuma condição financeira para criá-los entregou Marcos ainda pequeno para ser criado por uma família no Paraná. Aos 9 anos de idade, a mãe adotiva desistiu de sua criação e o mesmo ainda criança e sem nenhuma notícia do paradeiro de sua mãe biológica, partiu rumo a São Paulo onde ficou em situação de rua até seus 15 anos.

Circulando pelas ruas de São Paulo ouviu de um amigo na rua que o mesmo não deveria estar por aquelas andanças e por ser como era não estaria vivo por muito tempo. Naquela ocasião recebeu a orientação para vir para a cidade de Araguari. E assim Marcos o fez, tomou um trem e desceu apenas no destino recomendado por aquele homem.

Aqui começou a trabalhar nas lavouras sendo muito bem acolhido por parte dos proprietários e funcionários de uma fazenda em Piracaíba. Atualmente Marcos reside com a esposa e sonha em encontrar o pai biológico.

FOTO: Secretaria de Trabalho e Ação Social