Mitos e dados da Hepatite C são apresentados à equipe da saúde da Prefeitura

Capacitação ressalta que todo profissional de saúde pode ajudar

O CAE – Centro de Apoio Especializado, Departamento da Secretaria de Saúde responsável pelo trabalho de prevenção e tratamento das IST (infecções Sexualmente Transmissíveis), HIV/Aids e Hepatites Virais, realizou na noite do dia 20 a palestra “Hepatite C e a importância do Diagnóstico”, realizada em parceria com o Laboratório Gilead Sciences Farmacêutica. A ação tem como objetivo servir como Capacitação aos servidores da saúde pública, enfermeiros e atendentes, que são a porta de entrada de tantos que buscam informações sobre essa e outras doenças.

“A oportunidade de conhecer a respeito da Hepatite C é essencial pois, uma vez tendo o diagnóstico, o resultado do tratamento é muito bom. Uma vez diagnosticado, o paciente será tratado e evitará ter cirrose e câncer de fígado. A palestra ressalta que existe perspectiva; se temos diagnóstico, temos tratamento. E os pacientes estão na cidade, precisam ser localizados, tratados e curados, ” esclareceu Dr. João Batista Arantes da Silva, Secretário de Saúde.

Para Alexandra Karina dias da Silva, médica infectologista do CAE, a Capacitação é um ganho muito grande para todos. “A Hepatite C é uma doença que tem tratamento, tem condição do paciente curar. Essa capacitação mostra a importância do diagnóstico para que o paciente possa buscar o tratamento adequado, ” ressaltou.

O palestrante Dr. Eric Bassetti, MD, Ph.D., disse que o objetivo da Capacitação foi mostrar que os pacientes da Hepatite C não foram diagnosticados, e os tratamentos disponíveis pelo SUS são de elevadíssima eficácia. De acordo com o gerente médico, em torno de 70% dos pacientes não foram ainda diagnosticados. Uma pesquisa realizada em todas as capitais brasileiras apontou que aproximadamente um por cento da população brasileira possui Hepatite C e não tem conhecimento.

“Existe uma estimativa de que em torno de 1.5 a 2 milhões de brasileiros têm Hepatite C e não sabem que têm. Até hoje, foram diagnosticados em torno de 280 mil pessoas, ou seja, ainda tem mais de um milhão de pessoas que desconhecem ser portadoras da doença. Não adianta ter medicamentos que curam essa infecção se a gente não sabe se o paciente tem essa infecção, ” manifestou o palestrante, mostrando a todos a importância de se buscar o serviço de saúde pública para detectar se possuem a doença ou não.

QUEM DEVE FAZER O EXAME

Pessoas acima de 40 anos têm maior chance de serem portadores da Hepatite C e não sabem, motivo pelo qual devem fazer o exame. Isso se deve ao fato de que até na década de 70 havia o reaproveitamento de seringas e outros materiais que hoje são descartáveis. O risco é, assim, maior para quem tem mais de 40-50 anos.

A Organização Mundial de Saúde soltou um boletim em 2017 que pretende fazer o diagnóstico de 90% dos pacientes até 2030. Faltando apenas 13 anos da data limite, apenas 25% dessa população foi diagnosticada. “Existe uma recomendação do Conselho Federal de Medicina, no Brasil, que pelo menos uma vez na vida as pessoas devem fazer os testes de Hepatite B, Hepatite C, Sífilis e HIV. A luta é tão importante que até organizações não governamentais estão levantando a bandeira, como é o caso do Rotary International, que está atuando em todo o mundo em campanhas para diagnóstico da Hepatite C por meio do teste rápido, que é fácil e rápido, ” declarou Dr. Eric Bassetti, que também salientou que novas drogas e tratamentos bem curtos, de três meses, têm apresentado resultados muito positivos – praticamente todos os pacientes são curados, e quase não há efeitos colaterais.

HEPATITE C

A Hepatite C, contrário ao que muitos pensam, não é uma doença sexualmente transmissível. É uma doença viral, que leva à inflamação do fígado e raramente desperta sintomas. Conhecida como doença silenciosa e perigosa, ainda é subdiagnosticada no Brasil. Sua transmissão ocorre por meio do contato com sangue contaminado, seja por transfusão de sangue, acidentes com material contaminado ou por meio de drogas injetáveis.

A Hepatite C é a maior responsável pelos casos de cirrose, transplante e câncer de fígado no Brasil. A testagem contínua é fundamental no controle da epidemia e na redução das complicações relacionadas à HCV.

De acordo com o IBGE, Censo 2010, o estado do Acre possui maior número de casos de Hepatite C, seguidos do Rio Grande do Sul e de São Paulo. O estado de Minas Gerais vem em oitavo lugar na estimativa populacional. A maior faixa etária acometida pela doença é de 45-54 anos para homens e 55-59 para mulheres.

FOTOS: ASCOM – Secretaria Municipal de Gabinete