Familiares de egressos e pré-egressos do Sistema Prisional são recebidos em confraternização na Secretaria de Políticas sobre Drogas

Três em cada quatro assassinatos registrados no Brasil têm relação direta com as drogas. A constatação é de um levantamento feito pelo serviço de inteligência da Delegacia de Homicídios de Curitiba (DH). Para as autoridades, os números comprovam que as drogas representam o principal problema a ser enfrentado pela segurança pública. “Os números comprovam que as drogas são o principal problema da contemporaneidade e motivador não só de homicídios e de outros tipos de crimes como roubos e furtos, mas responsáveis também por distúrbios sociais, como conflitos familiares e de relacionamentos”, avalia o professor de Sociologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Lindomar Boneti.

 

Araguari, infelizmente, não foge a essa estatística. Em 2017, já foram vinte e sete homicídios registrados, sendo a maioria de jovens com idade entre 17 a 26 anos. Preocupado com essa realidade, o Secretário de Políticas sobre Drogas, Ailton Oliveira Souza, firmou uma parceria com o Presídio de Araguari e, desde agosto, a Secretaria vem desenvolvendo um Projeto de Apoio às famílias dos egressos e pré-egressos do Sistema Prisional com dependência química. As reuniões mensais, que contam também com o apoio do CAPS – AD (Centro de Apoio Psicossocial – Álcool e outras drogas) e da CEAPA (Central de Acompanhamento de Penas e Medidas Alternativas), têm o objetivo de acolher e oferecer a essas famílias o apoio psicológico e de outros profissionais, orientando-os para o tratamento adequado dos dependentes químicos, ao mesmo tempo em que tenta reinseri-los no mercado de trabalho. “Ao retornar à sociedade, é necessário que o egresso encontre um lar em condições não só de recebê-lo, mas também de oferecer o suporte necessário para sua ressocialização a fim de que não haja recaídas e, por conseqüência, o retorno à prisão por motivos relacionados às drogas ou, infelizmente, aconteça algo pior, como a morte.”- afirmou o Secretário Ailton Oliveira Souza.

 

No dia 13 de dezembro, quarta-feira, os funcionários da Secretaria de Políticas sobre Drogas fizeram uma confraternização para os egressos, os pré-egressos e seus familiares, que aconteceu na sede da secretaria. Participaram representantes do CAPS – AD, da CEAPA e da E.E. Padre Eduardo Jordi, que fica localizada no Presídio. As famílias receberam mensagens e palavras de incentivo para a reconstrução familiar, pessoal e profissional. O próprio Secretário colocou novamente toda a estrutura da pasta e a rede de cuidados do município à disposição para o tratamento da dependência química, a profissionalização e a reinserção profissional.

 

O momento foi importante a todos, em especial aos egressos, muitas vezes discriminados e marginalizados pela sociedade, mesmo já tendo sido julgados e tendo cumprido suas obrigações penais. Essa marginalização social acaba, por sua vez, contribuindo para que os indivíduos recaiam nos mesmos erros.

 

O Prefeito Marcos Coelho de Carvalho (PMDB) deixou também seu incentivo e apoio ao Programa. “Estamos oferecendo não somente o apoio aos egressos do sistema prisional com dependência química e seus familiares, como também oferecemos mais segurança à sociedade araguarina. Uma vez reintegrados no seio familiar e com ocupação profissional, os indivíduos que já foram julgados, condenados e pagaram por seus delitos ou crimes correm um risco muito menor de voltar a cometer os mesmos erros,” salientou.

 

Espera-se que, em breve, o Programa tome dimensões ainda maior, aumentando a sua eficácia e estendendo seu atendimento. O Secretário de Políticas sobre Drogas já esteve pessoalmente em Belo Horizonte em audiência com a Subsecretária Estadual Andreza Rafaela A. Gomes da SUPEC – Subsecretaria de Políticas de Prevenção a Criminalidade, reivindicando a instalação do PRESP – Programa de Inclusão Social de Egressos do Sistema Prisional, realizado pelo Estado, que trabalha com indivíduos que sofreram privação da sua liberdade, para que não sofram a exclusão social por conta dessa experiência e, por sua vez, acabem reincidindo criminalmente.

 

FOTO:       Secretaria de Políticas sobre Drogas